A próstata é uma glândula encontrada apenas no homem e que fica localizada entre a bexiga e o pênis (fig. 01). Por dentro dela passa o canal uretral que tem a função de eliminar urina e sêmen para o meio externo. Pesa em torno de 20 a 25 gramas na vida adulta e tem a função de produzir a secreção prostática, liquido composto por nutrientes responsáveis pela manutenção e transporte dos espermatozóides.
Após os 40 anos de idade, a próstata começa a crescer em decorrência das alterações hormonais (dentre outros fatores) que se iniciam no processo de envelhecimento. Este crescimento pode determinar uma obstrução parcial ou total da uretra (fig. 02), impedindo a passagem da urina que ficará retida na bexiga (fig. 03). O processo é lento, progressivo e facilmente perceptível pelo paciente devido às mudanças na força e calibre do jato, além da maior freqüência de vezes que acorda para urinar. No entanto, o câncer de próstata (fig. 04), inicialmente, apresenta pouco ou nenhum sintoma. O exame periódico é a oportunidade de detecção do câncer que ainda se encontra passível de tratamento curativo.
O exame deve ser realizado anualmente a partir dos 45 anos, segundo orientação da grande maioria dos autores nacionais. Orientação semelhante também é adotada pela American Urological Association nos Estados Unidos da América do Norte. Exceções a esta regra se fazem necessárias quando os ascendentes diretos, como pai e avô, foram ou são portadores de câncer de próstata, e naqueles pacientes descendentes diretos de pais da raça negra. Nessas duas situações especiais citadas, o exame periódico deve ser realizado a partir dos 40 anos e, também, anualmente.
O exame periódico da Próstata começa com a obtenção da história clínica do paciente pelo especialista, seguido do exame físico e exames complementares. São eles: PSA, ULTRA-SOM, UROFLUXOMETRIA, URODINÂMICA, ENDOSCOPIA UROLOGICA, BIÓPSIA DE PRÓSTATA, CINTILOGRAFIA OSSÉA, TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA, RESSONÂMCIA NUCLEAR MAGNÉTICA, RX DE TORAX, BACIA E COLUNA VERTEBRAL, ETC, ETC. Na grande maioria das vezes, não é necessário à solicitação de todos esses exames. A necessidade ou não será individualizada na dependência do quadro clínico de cada paciente. Basicamente, o exame periódico da próstata, consta da dosagem no sangue do antígeno específico da próstata – PSA, exame digital da próstata (toque) e da ultra-sonografia.
Alguns urologistas preferem fazer primeiro o exame de sangue e depois o exame local. Isto evita que a manipulação digital aumente a concentração no sangue da substância produzida pela glândula prostática. Outros fazem o exame do toque retal e seus pacientes são orientados a somente coletarem o sangue depois de 10 a 15 dias. Tempo esse necessário para que o PSA volte ao nível normal de antes. O exame ultra-sonografico da próstata também é opcional e poderá ser realizado pelas vias abdominal e endoretal. A via endoretal tem a preferência por permitir uma avaliação mais detalhada da zona periférica da próstata e, geralmente, é solicitado conjuntamente com a biópsia visando confirmar ou afastar câncer de próstata. Na grande maioria das vezes a avaliação ficará restrita a apenas PSA E TOQUE RETAL.
O PSA é uma substância produzida pelas células da próstata. Cada grama de próstata normal produz 0,4 ng/dl de PSA, enquanto 4,0 ng/dl são produzidos pelo tecido acometido por câncer. Deve ser colhido pela manhã, precedido de jejum de 12 horas e abstinência sexual de 03 dias. Nenhuma manipulação local deve preceder ao exame em um prazo inferior a 15 dias.
O exame digital da próstata é realizado por via retal com o paciente em posição ginecológica. Com o dedo indicador ou médio o médico usando luva e lubrificante, irá avaliar digitalmente a glândula (fig 05) quanto a sua consistência, presença de nódulos e irregularidades na sua superfície que possam sugerir alterações sugestivas de câncer. Os demais exames somente serão solicitados em casos especiais.
Nota: Este texto tem a finalidade apenas de informar e, como quase tudo em Medicina, não é unânime no seu conteúdo, refletindo apenas a opinião pessoal do médico que o assina. Embora embasado em informações atuais mais nem por isso definitivas, não deve ser entendido como a única verdade e em caso de dúvidas sugerimos consultar pessoalmente seu Urologista.
Dr. Eduardo Lopes
Médico Urologista
CRM 8152
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia